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Postado 16 de outubro de 2023

Às margens das canaletas de ônibus

Enquanto o metrô de Curitiba não vem, e parece que ele não virá tão cedo, surgem propostas de urbanistas e de administradores municipais para aproximar as moradias das canaletas de ônibus.

Enquanto o metrô de Curitiba não vem, e parece que ele não virá tão cedo, surgem propostas de urbanistas e de administradores municipais para aproximar as canaletas de ônibus das residências com o propósito de facilitar a vida do cidadão.

Um tempão

Em 2012, um estudo da UFPR mostrava que o curitibano levava até 2h30 para chegar ao trabalho. É tempo que pode ser considerado “aceitável” em uma metrópole como São Paulo, cuja população gigantesca e o emaranhado urbano a tornam sempre intransitável, mas não em uma cidade que se jacta de seu planejamento.

Um tempinho

Esse tempo viria a melhorar nos anos posteriores, quando um novo estudo, desta vez realizado pela administradora de vales-refeições Alelo, em parceria com institutos de opinião, apontou média de 33 minutos, considerando-se a distância de 13,7 quilômetros percorrida até o trabalho.

Casa-transporte

A solução pensada segue o exemplo de São Paulo que tem procurado incentivar a verticalização de cidade, com a construção de prédios, sem limites de altura, na imediação das pistas exclusivas de ônibus e estações de trem e metrô.

Microapartamentos

Há uma década, os apartamentos de 10 m2 foram apontados como solução para aproximar o trabalho e a moradia, com escritórios e atividades geradoras de emprego em um mesmo condomínio. Não funcionou.

Confusão no ar

Os empreendimentos, mistos por excelência, descaracterizaram-se rapidamente, e o que deveriam ser locações de estúdios ou quitinetes em longo período, entraram rapidamente no sistema rotativo de aplicativos como o Airbnb, que ainda causam polêmica e confrontos em Assembleias.

Dias perigosos

Seis em cada dez brasileiros sentem insegurança ao andar na rua à noite, diz pesquisa do Datafolha. É preocupante. Entre aqueles que andam no centro da cidade, 86% se sentem desprotegidos, ante 14% que se sentem muito seguros.

Nu e cru

Falou-se de vadiagem em coluna da semana passada – termo pesado, mas necessário – e, por coincidência, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania divulgou relatório sobre a população em situação de rua.

Para mais

O documento aponta a existência de 236.400 pessoas nessa situação no Brasil. O número refere-se aos cadastrados, o que pode significar que o universo pode ser maior, se considerada a transitoriedade ou a recusa dessa população em atender os pesquisadores.

Por quê?

Entre os principais motivos apontados para a situação de rua estão o alcoolismo ou uso de drogas (29%), desemprego (34%) e problemas familiares (44%).

3 mil

Curitiba ocupa o primeiro lugar da Região Sul entre as cidades com maior concentração de moradores de rua. São 3.477 ou cerca de 1,3% do total da população da capital.

Sétimo lugar

O município está listado na 7ª posição entre os dez com maior número de PSR (sigla para Pessoas em Situação Rua). São 112 mil nessa lista – 47,7% do total de moradores de rua do país.

Coluna publicada no jornal Indústria & Comércio em 25 de setembro de 2023.

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