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Postado 30 de junho de 2023

Gilda, que morreu há 40 anos

Moradora de rua, ela desfilava andrajosa pelas Boca Maldita, abordando pedestres com a frase “uma moeda ou um beijo”.

Na era da iconoclastia perdulária, é bom saber que a placa de bronze que homenageia a travesti Gilda (no destaque), inaugurada na Rua XV de Novembro, em abril do ano passado, permanece intacta.

Era Rubens

Gilda era Gilda de Abreu (foto), batizada Rubens Aparecido Rinque, nascida em setembro de 1950, em cidade do interior do Paraná, e falecida em Curitiba, em 1983, supostamente vítima de meningite purulenta e cirrose hepática, um misto de doenças debilitantes e mortais.

Por um troco a mais

Moradora de rua, ela desfilava andrajosa pelas Boca Maldita, abordando pedestres com a frase “uma moeda ou um beijo”. O ato transgressor e os lábios sempre pintados de batom vermelho a tornaram personagem da cidade. “A primeira gay de Curitiba”, diziam os amigos. Os inimigos a destratavam.

Pendura cruel

Um bar batizado com o nome da travesti, nos arredores da Praça Osório, no centro da capital, teve vida curta. Fechou as portas depois de acumular um calote gigante de clientes que, se não tinham moeda, sequer penhoraram o beijo. Gilda não aprovaria essa atitude.

Trabalho duro

Zeladores urbanos da Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB) estão concentrando esforços na revitalização das calçadas de petit pavê da Praça Rui Barbosa, onde ficam localizados os terminais de ônibus de Curitiba.

Capricho

O trabalho, que faz parte do projeto Passeio Nota 10, é meticuloso. Os zeladores abrem um buraco na área danificada, despejam areia e cimento, e depois martelam as pedras, tomando o cuidado para que elas combinem com o desenho da calçada.

Na berlinda

Um dos símbolos da cidade de Curitiba e de outras capitais do país – caso de Cuiabá (MT) – a capivara viu seu nome arranhado na semana passada depois da morte de uma dentista e de seu namorado no município de Campinas (SP), vítimas de febre maculosa.

Mantenha distância

A doença é transmitida pelo carrapato-estrela, cujo hospedeiro é o roedor. Campanhas de prefeitura já vinham chamando a atenção dos curitibanos para que evitassem fazer selfies abraçando o bicho. Um dos motivos: apesar de aparentar docilidade, os animais podem atacar. Agora fica mais um alerta: a capivara abriga o vetor de uma doença mortal.

Tenha medo

Ambientalistas acostumados a “abraçar árvores”, estas inofensivas, vinham defendendo uma versão fauna da campanha. Nem pensar. A doença é grave e, segundo especialistas, apresenta sintomas iniciais que se confundem com os da dengue.

Quem errou?

Recentemente, o Ibama recebeu críticas nas redes sociais por apreender um filhote de capivara que certo influencer digital havia “adotado”. O tempo mostrou que o órgão governamental tinha razão.

Coluna publicada no Diário Indústria e Comércio em 19 de junho de 2023

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