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Postado 14 de fevereiro de 2022

Os alpinistas urbanos estão voltando

Eles são responsáveis pela manutenção de monumentos e de fachadas de prédios; zeladores estão instalando cercas brancas na Comendador Araújo.

Depois de uma suspensão temporária, provocada pela pandemia, os alpinistas urbanos da Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB/Vida Urbana) estão retomando suas atividades. A passos medidos, mas firmes. Responsáveis pela manutenção de monumentos e de fachadas de prédios a grandes alturas, eles, involuntariamente, acabaram por se transformar em uma atração na capital. É fácil, por exemplo, associá-los a super-heróis. Por conta dessa comparação, aliás, Matheus Momm, um dos alpinistas da ACGB fez a alegria de estudantes, no ano passado, ao se vestir com as roupas do Homem-Aranha e pendurar-se ao telhado de uma escola de ensino fundamental. Mas essa é apenas uma das facetas do trabalho. Desde 2014, quando o alpinismo urbano passou a fazer parte da rotina de prestação de serviços da ACGB (sempre gratuita), o leque de ações foi ampliado. Em 2019, os alpinistas foram responsáveis pela despichação da histórica Ponte Preta, na Rua João Negrão, e pela limpeza do obelisco de 44 metros de altura da Praça do Homem Nu,

CARRO FAZ MAL

No pós-pandemia – se ele vier – há quem sustente a necessidade de uma reavaliação das cidades e sua política de zoneamento. Jaime Lerner defendia o fim da divisão dos bairros por função ou renda (“diversidade é qualidade de vida) e uma nova destinação para os carros que, em sua frase clássica, são “o cigarro do futuro”.

FIM DE MUNDO

Para Lerner, a cidade bem planejada deveria ser baseada em três vértices: moradia, trabalho e lazer. Ou seja, minha casa, minha vida, meu emprego e não “minha casa, minha vida, meu fim de mundo”, que era como o urbanista definia os conjuntos habitacionais construídos em zonas periféricas. Muito em razão do morador desses locais ser obrigado a “viajar” para chegar ao trabalho e a abdicar do lazer.

CERCAS NOS JARDINS

A Rua Comendador Araújo, no centro de Curitiba, que já foi sede do jornal Indústria e Comércio, está ganhando cercas de madeiras pintadas de branco em seus jardins. Obra da ACGB/ Vida Urbana, já citada aqui, que tomou a iniciativa após os arcos de metal que circundavam os canteiros tomarem chá de sumiço.

NÃO ME TOQUES

As cercas são fabricadas e pintadas na oficina da entidade antes de serem instaladas pelos zeladores urbanos e parecem ser menos suscetíveis a furtos ou à ação de vândalos. Isso resulta, como mostra a foto acima, em maior proteção às flores e árvores. Sim, a natureza agradece.

*Coluna publicada no Diário Indústria e Comércio em 14 de fevereiro de 2022.

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