Postado 2 de dezembro de 2021
Aos 81, morre Emir Nunes Moreira, autor de ‘Pedro, Papel, Papeleiro’
Poema transformado em painel de azulejos pela ACGB é uma homenagem aos catadores de Curitiba.Faleceu, no último sábado (27 nov 2021), aos 81 anos, o gaúcho Emir Nunes Moreira, autor dos versos de “Pedro, Papel, Papeleiro” exibidos em um dos painéis de azulejo instalados pela Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB/Vida Urbana), em Curitiba. Os painéis são parte de projeto cultural da entidade cujo propósito é substituir paredes e muros pichados ou danificados da região central da capital paranaense por poemas contemporâeos. Nascido em 1940 na cidade de São Luiz Gonzaga, no interior do Rio Grande do Sul, Moreira dividia a atividade de profissional contábil com a literatura. Foi poeta por cinco décadas. E também um mestre da prosa curta. Curitibano por adoção, Moreira residia nos últimos anos em Melbourne, na Austrália, onde mantinha sua produção literária. O poema “Pedro, Papel, Papeleiro” é uma homenagem aos carrinheiros, responsáveis por 70% da coleta de lixo reciclável em Curiiba. Inspirado nas conversas com “Seu Pedro”, um catador de papel que encontrava regularmente em suas andanças, Moreira escreveu: “Conduzo a minha carroça com a maior dignidade. Não nas estradas de outrora, onde me criei gauchaço. Mas nas veredas da vida, perdido nesta cidade.” Antes de se mudar para a Austrália, Moreira ainda realizou um de seus sonhos, graduando-se em Direito na PUC-PR, aos 66 anos. Uma de suas citações prediletas era singela e precisa: “A vida gosta de quem gosta dela”.