Salve o Instituto Histórico e Geográfico do PR

Fundado em 1900, ano do quarto centenário do descobrimento do Brasil, o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (IHGPR) está pedindo socorro. Quem afirma é o ex-presidente da entidade, Ernani Straube, que aos 94 anos é um dos seus associados mais antigos.

30 associados

Entidade privada sem fins lucrativos, o instituto localizado na Rua José Loureiro, no centro de Curitiba, mantém as portas abertas graças às contribuições de seus associados. Nos últimos anos, no entanto, o número de pessoas que pagam as mensalidades vem caindo. Segundo Straube, a pandemia foi uma das causas da redução, mas não pode ser apontada como principal motivo. A lista de associados pagantes, que era de mais de cem há alguns anos, hoje não passa de 30.

Acervo

Straube esteve à frente do IHGPR nos anos 70 e depois na década de 2010. Em sua última passagem, deu início à digitalização dos mais de 40 mil documentos e de um arquivo fotográfico que guarda milhares de negativos e cerca de 1.900 cartões postais de Curitiba ao longo de sua história.

História da rua

Ocupante da cadeira 12 da Academia Paranaense de Letras, Straube é especialista em heráldica e autor de diversos livros. O último deles, com lançamento previsto para janeiro de 2024, conta a história dos 6 mil logradouros públicos da capital.

Pintura nova

Em 2019, a fachada do instituto foi revitalizada em uma parceria do instituto com a Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB). Um novo projeto ainda em fase de elaboração prevê a instalação de murais de azulejo na Travessa da Lapa com fotos cedidas pelo instituto.

Longevo

Antes, porém, é preciso que as autoridades do município e as organizações da sociedade civil ajudem a manter o IHGPR vivo. Em maio deste ano, a entidade completou 123 anos. Não se pode desprezar uma história centenária.

Envelhecemos

As estimativas de que Curitiba pode se tornar uma capital de maioria idosa em 2030 pode ser antecipada. É o que apontam os novos dados do IBGE divulgados na sexta-feira (27). Pessoas de 65 anos ou mais já representam 10,9% do total de habitantes no país, ou seja 22,2 milhões.

Cuidado

O número recorde deve gerar efeitos diretos no planejamento urbano das cidades, o que inclui maior zelo com o calçamento e com a mobilidade urbana. Vale lembrar que os buracos e desníveis nos passeios são motivo de reclamação da população nessa faixa etária.

Que medo

A queda de árvores registrada no centro da cidade nas últimas semanas não está relacionada apenas às chuvas fortes. A responsabilidade cabe também ao poder público responsável pelo diagnóstico e pela prevenção da vegetação urbana. Há dez dias, a queda de uma árvore na Marechal Deodoro por pouco não atingiu um pedestre.

Coluna publicada no jornal Indústria & Comércio em 30 de outubro de 2023