Painel Memórias da Cidade resgata história arquitetônica de Curitiba

O painel “Memórias da Cidade” instalado pela Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB/Vida Urbana) resgata a memória arquitetônica de Curitiba. Com 18 quadros pintados por artistas urbanos, o mural foi transferido para o azulejo e fixado em muro de 40 metros de comprimento, na esquina da Marechal Deodoro com a Travessa da Lapa, região central da capital.

Os grafites se baseiam em fotos antigas das edificações e parques construídos entre o fim do século e a primeira metade do século 20, período em que Curitiba registrou crescimento acelerado.

É o caso do Passeio Público, inaugurado em 1886, da Estação Ferroviária e do Paço da Liberdade, localizado na praça Generoso Marques, que abrigou, ao mesmo tempo, a sede da prefeitura de Curitiba e a câmara de vereadores.

Chama a atenção também a pintura da Catedral de Curitiba no instante em que é sobrevoada pelo dirigível Hindenburg, em 1936, o domo do prédio da Universidade Federal do Paraná, na praça Santos Andrade, que depois seria demolido, e o prédio circular do Teatro Paiol, cujo projeto original não se destinava a um palco de encenação, mas a um depósito de armas e explosivos do exército brasileiro.

As técnicas utilizadas pelos artistas – a maioria deles grafiteiros e tatuadores – incluem desenhos a lápis, caneta esferográfica preta, nanquim e ainda colagem, recurso utilizado pelo artista Paulo Momm para substituir o motorista de um ônibus urbano da década de 50 pelo emblemático Carlitos, personagem de Charles Chaplin.

Sempre acompanhado de pequenos textos para situar historicamente as pessoas que passam pela travessa, a instalação do painel, em 2025, coincidiu com a celebração dos 25 anos de criação da ACGB/Vida Urbana que, em maio de 2025, comemorou 25 anos de existência, toda ela dedicada à zeladoria urbana.

A coordenadora de projetos da associação, Deisi Fonseca, lembra que foi no mesmo local, há 11 anos, que a entidade deu início ao projeto “Poesia em Cores” – hoje Poesia em Azulejos – com um poema de Adélia Woellner, também homenageada no mural. A ação deu início a um processo de despichação que mobiliza a entidade até hoje, sempre trocando locais degradados do espaço público por versos e desenhos pintados em azulejo.

Para ampliar a divulgação do painel, a ACGB/Vida Urbana disponibilizou em seu site (www.acgb.com.br) as fotos antigas que inspiraram os artistas. Elas figuram ao lado dos desenhos originais e de informações adicionais sobre cada uma das edificações. Para acessar detalhes sobre cada uma das obras basta apontar a câmera do celular para o QR Code que acompanha cada uma delas.

EQUIPE

O trabalhou durou cerca de 10 meses e envolveu, além dos artistas urbanos, os seguintes profissionais: André de Sousa (produção dos painéis), Deisi Momm Fonseca (criação e organização), Marcus Gomes (pesquisa e redação), Olga Kriger (revisão) e Edilson Cit de Lima (instalação)