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Postado 29 de agosto de 2023

Luiz Fernando de Queiroz: uma odisseia na vida

Em comemoração ao seu aniversário de 75 anos, celebrado no Salão Azul do Clube Curitibano, Dr. Queiroz recebe estatueta moldada com sua imagem. Ao seu lado, os filhos André e Luise

Aos 75 anos, completados no último dia 13, o advogado e empresário Luiz Fernando de Queiroz teve, entre muitas ideias, uma ideia que chamou de ideal – dizem que gritou ‘Eureka’. Dono de garantidoras de condomínios em todo o país, ele criou uma associação voltada à zeladoria urbana. A ideia, que era mesmo uma ideia e tanto, germinou e se transformou em um exemplo de dedicação à vida urbana e às cidades que apontam para o céu e se verticalizam.

Dedicação urbana

A Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB), uma entidade que, ao contrário do que afirmam os versos de Caetano Veloso, tem lenço, tem documento, mas não tem fins lucrativos nem dinheiro público, dedica-se ao zelo do verbo zelar – um verbo que, aliás, tem sentido amplo.

O verbo e a cidade

Zelar no dicionário Aurélio é sinônimo de zelo, carinho e preocupação, cuidar de algo ou de alguém com muita atenção. O Dr. Luiz Fernando de Queiroz decidiu que era hora de zelar pela cidade. E tornou esse projeto uma realidade. Nós já dissemos: o verbo zelar tem sentido amplo.

Era pedra

Toda cidade é dona de encantos e problemas. Pensemos nos últimos. Tinha um buraco no meio do caminho. No meio do caminho tinha um buraco. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha um buraco.

Agora é buraco

O poeta Carlos Drummond de Andrade talvez pensasse em suas dificuldades quando escreveu o poema “No Meio do Caminho” em 1928, há quase cem anos, portanto.

Trocadilho

Mas o problema no meio do caminho era uma pedra, que foi substituída aqui por buraco, porque certamente na vida urbana “o buraco é mais embaixo”.

Cuidadores urbanos

O Dr. Queiroz, como é chamado por seus funcionários e amigos, apresentou a solução: contratou um time de zeladores que se ocupam, diariamente, de várias tarefas. Entre elas recuperar as calçadas do centro histórico de Curitiba. Principalmente trechos onde antes tinha um buraco no meio do caminho. No meio do caminho tinha um buraco.

Fato ou lenda

O trabalho vai além. Envolve o plantio de mudas de flores em canteiros públicos, limpeza do mobiliário urbano, pintura e despichação. A lenda que corre é que foi o Dr. Queiroz quem criou o verbo “despichar”. E se a lenda sobrepuja o fato, imprima-se a lenda.

Nota e tanto

No sábado, 26, um dos salões do Clube Curitibano recebeu mais de 500 convidados, entre familiares, funcionários e amigos, que prepararam uma homenagem especial ao Dr. Queiroz. Parte por causa de seu aniversário, parte porque sua vida é mesmo digna de nota.

Sem comentários

Um dos pontos altos da festividade, que teve como tema a cerimônia do Oscar, foi justamente a entrega de uma estatueta, cuja forma é a do advogado com seus fiéis companheiros: o terno impecável, o guarda-chuva e o chapéu. No caso deste último, trata-se de peça icônica que tem lá seus mistérios. Não pelo estilo, mas pela coleção. Quantos chapéus possui o Dr. Queiroz? Ele não abre.

Sonho realizado

Na placa dourada, fixada na base da estátua, inscreveu-se frase curta que resume o caminho pessoal e profissional do advogado que sonhou uma cidade dedicada aos pedestres, não aos carros. O que vai escrito: “LFQ: uma odisseia na vida”. É sua melhor tradução.

Coluna publicada no Diário Indústria e Comércio em 28 de agosto de 2023.

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