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Postado 29 de agosto de 2023

A surpreendente Travessa da Lapa

A visão do biarticulado passando no meio de dois prédios de apartamentos na canaleta de ônibus atrai a atenção de turistas em Curitiba

Um ponto turístico que não está no roteiro, a Travessa da Lapa (foto) vem ganhando notoriedade nos últimos anos. Muito em razão da linha de ônibus do biarticulado passar dentro de dois condomínios.

Número 1

É algo inusitado e um modo surpreendente da arquitetura se amoldar às necessidades da vida urbana. O Residencial Towers inaugurado em 1995 é um projeto do arquiteto Osvaldo Dombrate Filho. Com 85 metros de altura, o edifício possui 28 andares e 96 apartamentos.

Número 2

Já o Living Smart Compact Residences é fruto de um planta que sofreu readequações ao longo dos anos. Concebido para tornar-se um edifício comercial com 204 escritórios e 21 andares, o prédio transmutou-se nas mãos do arquiteto Waldeny da Silva Fiuza.

Apertamento

O resultado é um condomínio residencial, inaugurado em 2017, que abriga estúdios compactos, bem ao estilo dos microapartamentos que atraem solteiros irredutíveis.

Eu sozinho

Curiosamente, a via pública chama atenção para esse “estilo de vida” ao desembocar na Avenida Sete de Setembro diante do casarão do Clube dos Solitários (isso mesmo) arruinado por um incêndio.

Sonho meu

Em 2007, o arquiteto César Ribeiro sonhou em revitalizar a travessa histórica, substituindo os paredões de tijolos por gradis e o calçamento de pedra por blocos de concreto em preto e cinza, com detalhes de cerâmica verde. Infelizmente, ficou no sonho.

Exibindo as canelas

O que intriga os turistas, no entanto, mais do que os curitibanos acostumados com a paisagem urbana, é a razão pela qual o Tower e o Living Smart precisaram “levantar as saias” para deixar passar a Travessa da Lapa.

Toque aqui

Trata-se de um acordo de cavalheiros. Onde não existia o trecho da via pública havia um terreno da construtora, que consentiu em deixar passar a canaleta do biarticulado desde que pudesse erguer os prédios com um vão gigantesco sustentado por colunas. A prefeitura concordou.

Eram flores

Até junho de 1880, a Rua XV de Novembro, considerada o primeiro calçadão do país, atendia pelo nome de Rua das Flores. Rebatizada de Rua da Imperatriz, sobreviveu à denominação por apenas nove anos. Veio a República e com ela o novo batismo. Pomposo e cheio de galões.

Rua e história

Há um banco de dados mantido pela prefeitura de Curitiba que conta a história dos nomes das 9.248 ruas da capital. Destas, 969 ainda não foram batizadas (ei vereadores, apresentem-se!). Mais informações estão no site Nossa Memória.

Coluna publicada no Diário Indústria e Comércio em 14 de agosto de 2023.

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