Postado 3 de maio de 2023
Um trabalho nobre e (quase) sem fim
Indaga-se se existe, em outras capitais do país, trabalho semelhante ao da ACGB, uma associação sem fins lucrativos que dispensa patrocínio da administração municipal.
A Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB/Vida Urbana) dá continuidade a um trabalho que é comparável ao Sísifo da mitologia grega: recuperar calçadas no centro histórico da capital. Os calceteiros estampam na camiseta a condição de “zeladores da vizinhança” (foto). E é o que são.
Tal mãe, tal filha
Indaga-se se existe, em outras capitais do país, trabalho semelhante promovido por uma associação sem fins lucrativos que dispensa patrocínio da administração municipal? Resposta: há sim, a ACGB Florianópolis, que trilha o mesmo caminho.
Em tempo 1
Ainda nesta semana que entra, a ACGB curitibana deve inaugurar novo painel cultural, feito de azulejos, em muro próximo ao Jardim Botânico. A pintura e o poema nele contido se afinam com o ponto turístico.
Em tempo 2
Sísifo foi condenado a rolar uma pedra morro acima por toda a eternidade.
É o bicho
Marco zero da cidade, a Praça Tiradentes, em Curitiba, é uma personagem pedindo socorro. O local já esteve no limite de emular a cracolândia paulista – e ainda corre risco. Mas o alvo principal agora são os ratos.
Sem controle
Ainda que ações de limpeza por parte do município ocorram em turnos ininterruptos, com varrição, lavagem e recolhimento de lixo, os animais estão vencendo e podem ser vistos à luz do dia disputando a comida jogada aos pombos.
Eu dispenso
Ratos agora tem nome pomposo. É chamado de animal sinatrópico, aquele que se adaptou a viver com humanos, a despeito da vontade deles.
Quatro por um
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera “aceitável” a existência de quatro ratos por habitante. O número é de arrepiar.
Não é o Mickey
Em 2016, o Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo calculou que haveria, na capital paulista, quinze ratos por habitante. Ou seja, 160 milhões de roedores. Há duas espécies principais de ratos urbanos nas cidades: a ratazana (Rattus norvegicus) e a o camundongo (Mus muscullus), que procriam à velocidade da luz. Com o perdão da hipérbole.
Saltador
Recentemente, uma terceira espécie ganhou destaque: o rato de telhado (Rattus rattus), que escala muros, invade residências e pula sobre móveis e camas. Imagine o pandemônio.
Czar dos ratos
Em Nova York – sete ratos por habitante –, o prefeito Eric Adams, criou o cargo de diretor de mitigação de ratos, que os novaiorquinos logo apelidaram de “czar dos roedores”. O perfil do profissional, que ainda não foi contratado, terá que se alinhar, segundo Adams, a impulsos de motivação e sanguinolência.
Coluna publicada no Diário Indústria e Comércio em 3 de abril de 2023.
